Não há mais como as empresas serem indiferentes ao meio que as cercam, nem serem oportunistas ao oferecerem vantagens sociais como recurso para se tornarem mais competitivas. É preciso abraçar o compromisso de criar valor de forma colaborativa e inovadora.
Apesar das diversas propostas de desenvolvimento social sugeridas por diferentes tipos de empresas, instituições governamentais e ONGs, este ainda é um assunto bastante recente no Brasil. A inovação social pode ser parte do negócio de uma corporação ou pode ser um segmento distinto. Trata-se do desenvolvimento de processos, produtos e serviços que permitam a inclusão social, geração de trabalho e renda e, sobretudo, promovam a qualidade de vida das pessoas. Neste sentido, a proposta deve estar no cerne da cultura organizacional da empresa – e envolver todos os seus públicos, diretos ou indiretos – além de gerar parcerias com outras empresas para um fim maior.
Há uma nova geração de empresas que buscam desenvolver este setor, criando propostas de inovação abrangente à sustentabilidade, desenvolvimento humano, educação e ações de transformação social, ofertando a outras organizações serviços que possam ampliar a participação social destas. O foco, neste caso, é fazer diferente: não basta participar efetivamente de ações sociais, mas de apontar soluções inovadoras com resultados em curto, médio, e principalmente, em longo prazo, respeitando a identidade territorial e cultural das comunidades e grupos humanos, os seus modos de representação, fazendo com se crie valor e desenvolvimento.
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A ideia é fortalecer a sociedade civil através de novas estratégias, conceitos e organizações. Para se ter uma ideia, um exemplo destas estratégias são os microcréditos locais e até mesmo os sistemas tecnológicos de códigos abertos, que abriram meios de desenvolvimento local e global sem precedentes nos últimos anos.
Um reflexo destas abordagens de inovação social são as parcerias entre as políticas públicas, as iniciativas privadas e grupos de representações sociais (ONG, sindicatos, movimentos sociais, etc.). O próprio termo “empreendedorismo social” está cunhado nestas iniciativas. A inovação social pode ocorrer dentro de uma empresa (cujo foco inicial são os colaboradores e suas famílias), dentro do governo ou das organizações com ou sem fins lucrativos.
É importante dizer que a proposta de inovação social é geral uma mudança de mentalidade de todos os envolvidos, descentralizando a produção de conhecimentos. É abrir mão dos receios de se trabalhar em uma agenda coletiva, com compromissos em longo prazo, impactando na melhor forma de manutenção dos recursos – envolvendo pesquisas de todos os tipos, reajustes sistêmicos, aquisição e troca de conhecimento por diversas entidades, etc.
Se na última década, houve uma verdadeira maratona em busca de inovação em produtos e serviços como fonte de vantagem competitiva, nos próximos anos o foco deverá ser na inovação de novos tipos de sistemas, que envolvam não apenas governos ou empresas, mas cidades inteiras. A mudança social deixou de ser um desejo de alguns para ser uma necessidade de todos.
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